Quando se precisa que o homem nos anime, nos faça reclinar e mostrar toda a bela dentuça, reciclar o corpo com a gargalhada franca e cristalina de uma graça encontrada numa das frases da masculina espécie, nada... Afinal, eu é que preciso de sair deste zeitgeist em que a conjuntura me afundou, eu é que preciso de rir, de lhe agradecer por me ter feito "desopilar o fígado", por me ter iluminado o rosto, por ter trazido à luz do dia a gargalhada que por um ou outro motivo, afogo na garganta!
É deste homem e é dos outros com os quais vou cruzando - nos vários lugares e papéis sociais que a vida nos vai, a todos, pondo no caminho - que quero a obrigatoriedade de me provocar o riso. Afinal, não é esse um dos pilares da conquista da inexpugnável fortaleza feminina, o humor?
Arrepelam-se-me os cabelos quando sou genuína, digo o que penso e quero, tenho fúrias contra os maçónicos do costume, reparo em situações altamente ridicularizáveis do mundo que me cerca, rasgo o dia com veia satírica e um qualquer homem presente - às vezes, até "o meu", rai's o partam! - diz, entre gargalhadas:
- Ah ah ah, és tão engraçada!
E vêm depois os psi-qualquer-coisa (...tacídeos?) dizer
- Ah, e tal, o "humor masculino"... bzz.. bzz... bzz... bzz... bzzz... ...zzzzzzzzzzzzzzzz
1 comentário:
Quando se lê uma escrita lúcida (cada vez mais rara de encontrar) apetece dizer, como O'Neill, "Há palavras que nos beijam como se tivessem boca".
José
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