Não pude deixar de ficar desgostosa com a atitude de um atleta olímpico espanhol (judo? esgrima?) que, após ter vencido o seu adversário, enfrentou o público pondo um polegar na boca em tom provocatório. Desorbitado, parecia exigir aplausos à altura da sua suposta superioridade. Foi quase imediatamente admoestado por um outro jovem (patrício?) de telemóvel na orelha que o veio cumprimentar. Repetiu-lhe o gesto e pareceu dar-lhe um "recado" por entre dentes. Imediatamente, o atleta desfez o sorriso idiota/cínico. Muita gente confunde a delicada e desejável formalidade da alta competição com a arruaça futebolística que nos entra sistematicamente pelas casas dentro... Com a falta de concentração e de sobriedade, todos saem a perder... A classe nunca está a mais, não ocupa lugar, nunca deixará mal os nossos pais, o nosso nome, o nosso país, o vetusto, sagrado "espírito olímpico".
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Preocupante em indizível grau e sem comparação possível com o caso supra, o estado em que um território aparece aos olhos do mundo após os bombardeamentos a que o sujeitaram. Quando uma situação de instabilidade política parece atenuar-se no planeta, logo um novo ou velho conflito surge, para recordar - como tão bem cantou Sting - "How fragile we are"... Longe vão as tréguas sagradas das Olimpíadas de outras eras.
1 comentário:
Olá, Inês!
A ética, omo verifica, está a ser preterida em detrimento dos mais vulgares interesses. Assim, a tolerância relativamente ao relatado acto do "desportista" vem na mesma linha do fracasso do boicote aos jogos e do esquecimento da opressão sobre o Tibete.
A segunda referência (de novo ética/interesses) refere um grave acontecimento onde se jogam coisas muito importantes a nível global e, particularmente, para a Europa. E, sempre, a Eurásia no centro das grandes decisões. A ocasião deve ter tido em conta o ruído dos Jogos Olímpicos e a difícil posição da Europa perante o fornecedor de cerca de 40 por cento da energia de que necessita. É por lá que passam dois dos gasoductos que a abastecem. O novo Czar não é pessoa fácil e mostra-nos, mais uma vez, o imprescindível cuidado na escolha dos parceiros...
Por último, as eleições americanas já estão influenciadas por esta acção: ninguém põe pombas a lutar com falcões.
Abr.
Zé
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