4.6.06

Anda a nação preocupada

com o improvável. Não gostando de focar os "pseudo-assuntos da moda", este faz-me sorrir. Conhecedora dos hábitos do ME há catorze anos, admiro-me com a celeuma de um falso problema. O "embate" dos EE que avaliarão professores vai saldar-se por isto (de certezinha!):
1. um impresso A4 com espaços para escolha múltipla;
2. uma linguagem absolutamente indestrinçável (a opção ambiguidade é recurso de eleição);
3. os pais darão a tarefa aos filhos como T.P.C. («Afinal, tu é que conheces os setôres... Eu depois assino.»);
4. Começarão a soar estranhas a avaliação positiva de alguns "setôres mais fixes" e as avaliações negativas dos que encaram com seriedade a profissão escolhida por vocação e não estão à venda;
5. Interessará ao ME fazer um balanço e provar ser a esmagadora maioria constituída por incompetentes, não só na carreira de ensino, como na de polícias, psicólogos e/ou psiquiatras (sim sim, há imensa criançada com "desvios" gritantes tendendo a doenças que se manifestam por estas idades e ninguém faz absolutamente nada porque eles passam o dia entregues aos "setôres-sacos-de-pancada"!), educadores para a cidadania, confessores, animadores, aprendizes de secretariado, psicanalistas (de pais com défice de atenção, acessos de acusma e horários hiper-activos que "correm pelo futuro" dos filhos porque do presente tratam os "setôres"), integradores-na-nossa-sociedade-igualitária-&-solidária de crianças com Necessidades Educativas Especiais, candidatos a Madre Teresa de Calcutá, etc, o que fechará o ciclo vicioso com o saldo negativo no que respeita a subidas de escalão.
Então, quando o Ministério tiver levado os cortes orçamentais até ao paroxismo do absurdo, os professores reunirão a urgente coragem: farão o que deveria ter sido feito há mais de dez anos. "O Plano B" - do qual não constarão marchas sobre a metrópole ou quaisquer outras manifestações para gáudio dos abutres do jornalismo - é o único com força para lancetar o pútrido abcesso em que tranformaram a carreira que escolhi quando ainda acreditava que o engrandecimento do país passava pela carreira que eu escolhi.
Há dúvidas?...
P.S. Não que importe ao mundo, mas eu amo o que faço e sou uma mulher feliz. Nota-se muito?...

Sem comentários: