Fizeste-o tão inadvertidamente como James Cagney lançou sumo da casca de toranja aos olhos da darling. O gesto curto, o arquear de sobrancelha de Vivien Leigh, a perversidade escorrendo-te até pingar das unhas, desceu-te da boca a inconfidente verdade. Nem os dedos que cruzaste ao de leve sobre a boca em Bette Davies arrependida com olhares menos seráficos do que ofídicos enganariam um inocente Danny Kaye. Vai enganar a Bonnie ou o Clyde, o Capone ou a Ma Baker, que aqui está uma ofiófaga e o meu cérebro enrola-se na perversidade do olhar de Nathalie Wood. Contudo, os meus passos são os de Garland, a tal errática Judy crente em Oz e cai-me do peito a melopeia bem trinada de um Somewhere over the rainbow... Se não de melaço, a caixa dos sentimentos está-me barrada a peanut butter e sabes que um dulcíssimo olhar de Dean Martin me soa dentro: I Know I'm a stranger in Paradise... Como seria Gilda se cantasse Moon River? Adivinhaste: seria eu. Agreste e melíflua, como as urzes que não existem no Kentucky. Cara de Garland, voz de Bacall, You know me: just the girl next door...
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