31.1.14

Cosmopolitismos bacocos da capital do reino

Portugal (leia-se Lx) baba ante o elogio que uma supostamente importantíssima-íssima-íssima revista de turismo... espanhola (pois... íssima-íssima-íssima) fez a uma moribunda rua de Lisboa e a uma outra, vetusta também - e caótica, e terceiro-mundo e a escorrer pobreza, porque é isso e isso apenas que filmam os senhores da tv, especialmente em se tratando do Porto, pois o que de lá se mostra e os que de lá falam têm sempre um ar de propositada ruína - mas muito, muito longe do centro do universo que parece ser a metrópole

Vejamos em números:
Reportagem sobre a metrópole - 4 minutos e 3 segundos;
Reportagem sobre o Porto - 2 minutos e 31 segundos.

Odeio lugares-comuns e mais ainda escrevê-los do que dizê-los, mas há coisas que nunca mudam... Os complexados de Lisboa continuam a roçar a náusea e só não provocam bocejos porque uma injustiça atravessada na garganta de um nortenho não é uma simples bacorada: é um asco que se cimenta e vai crescendo. E recordo muitas reportagens - todas! - nas quais se procura a norte, a suposta boçalidade; a sul, um cosmopolitismo roto e podre que fede mais do que as águas do Tejo que engoliram a cidade após o terramoto. Mas aquela gente não aprende com a história?... Fogos fátuos, gentinha bárbara, de antolhos de burro sempre postos, cega à beleza que não vê mais do que o alcance do próprio nariz, envolta em nada mais do que o seu próprio cheiro a sovaco frustrado...

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