15.4.09

Há em volta

o tom certo de invernia. Tudo continua igual a si em termos de "coisa pública", a imprensa vai-se vendendo a muitos dos menos inteligentes, o senhor B.O. põe em marcha uma espécie de "nova ordem mundial", contradizendo-se a cada passo, o alheamento continua a pressionar os que acreditam em teorias apócrifas, a chuva, quando cai em terra, continua a fazer lama. Como era no princípio, assim tudo permanece. Resta-nos observar e esperar que quando o desabamento se desenrole de si mesmo, nós possamos estar no único lugar onde nada mais nos poderá ensombrar o espírito. Dormiremos o sono dos narcolépticos, avessos a interferências, abertos à novidade boa que é nada acontecer, fechados em definitiva posição que o feto que fomos procura incessavelmente. E lá longe, no Sael ou perto dele, barcos imensos oxidam entre o deserto e os que caminham em busca de água. Como eles, esperamos por um porto de onde mais nada, ninguém, absolutamente nada nem ninguém nos poderá desenlaçar. Há algo de belo na noção de nó górdio, além do som que a expressão em si contém: os casos perdidos têm sempre um fim à vista. Em nome deles, tornei-me num: relapsa. Agora e sempre. Doa como doa, agora e sempre, em golfadas de ar gelado, como este que há em volta.
P.S. E viva a ligação wireless!

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