29.1.08

Six Degrees

Conheço a teoria há anos: de alguma forma, estamos todos interligados e apenas umas seis pessoas nos separam de quem quer que seja. Mesmo a mais longínqua personagem está a milímetros de constar das nossas memórias do vivido. Nunca apertei a mão ao anterior Presidente da República, por exemplo, mas o meu pai sim e conheci pessoas ligadas a ele, fosse por cargos, fosse por relações de parentesco. A expressão "o mundo é pequeno" aproximou-se ainda mais do meu quotidiano nos últimos tempos, pois a vida encarregou-se de me reservar experiências do mundo restrito da coincidência. Bastaria acreditar nela... No mundo dos blogs, vim a conhecer pessoas que conhecem outras que nem imaginam que, de facto existo e as ombreio no dia-a-dia... Surpresas do anonimato.



O meu espanto foi ter reconhecido - creio -, entre as excelentes músicas escolhidas para a série Six Degrees, a voz desse jovem deus que o meu país parece ter esquecido desde o brilhante album Lie To Me. Recentemente escapado às drogas, amando e sendo muito amado, referindo Deus a cada passo, o jovem génio festeja hoje 27 anos. A mais negra voz num branco, com o rouco agreste de Steve Winwood e a doçura do blues e do mais aceso gospel. Um aquariano, de facto! Impossível é não se amar esta Voz, todo o talento que arrasta. Não me importaria nada de estar a seis ou sete pessoas de Jonny Lang, de vir a abraçá-lo como se abraça um irmão, um ser dotado, uma mensagem de esferas superiores do dom de comover pelo talento. Com esse voto, fica também o de que ninguém, nos lusos blogs desenvolva em mim o asco por Six Degrees como desenvolveu por Six Feet Under: bastou-me ter lido, uma singela vez, uma interpretação - idiota, como todas o são, por parciais - de um episódio da ex-fabulosa série. Tal como quem necessita da explicação de uma anedota, aquele que explica subverte o suposto poder da inteligência aliada ao humor. Provincianismos. O paternalismo, de resto, tem um dom de fascinus: há um reflexo de idiotice plasmado em quem tenta educar o outro. Deus nos livre de pertencer a qualquer um dos lados, vendendo a alma à previsibilidade do endoutrinamento (supostamente) cultural.


Anyway, congrats, Jonny Lang & may God bless you!

I do.

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