1.12.06

Wish granted!

- Assim, angulosa da magreza és ainda mais fêmea. És tão linda que até dói. Dóis-me...
Sorriso pensativo. Beijou-o, então, no interior dos lábios, deu às mãos dele a forma das suas ancas em ânfora, gemeu do prazer que dão os olhos fechados em profundidade, uma cega que vê com dedos mornos e se exprime com saliva em lábios cheios. Dedos enterrados nos cabelos, ouviu-lhe os lascivos murmúrios na orelha pequena e sedenta. Retribuiu: desesperou-o de desejo. Na busca dos milímetros certos das mútuas bocas, acidentou-se nos dentes dele: soube-lhes o beijo ao sangue dela, que ria, na desfaçatez da ferida provocada.
- Agora doemos os dois...
Ele estancou-lhe as palavras com beijos por entre os quais o ar entrava a custo. Cianóticos da delícia, tiveram de descer à horizontalidade irracional do leito que, vazio, era a promessa de manhãs quentes num Outono onde as noites nunca chegavam para tudo...

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