Roupas negras e justas nos sítios certos,
ancas muito longe, na medida, da cintura de vespa,
curvas a perder em vertigem quem repare,
seios alerta, na direcção de quem eu gosto,
coxas em torneados de centímetros certos,
ombros e braços e colo cor da neve que cai à noite,
cabelos com o corte a que chamam sexy os homens em volta
(os que me conhecem mas não sabem ainda
que eu odeio a palavra como odeio todo o óbvio, mas sorrio sempre),
olhos com sombra negra, ar decadente que a pele nega,
boca vermelha como a luxúria, dentes de neve infantil,
brilhos de olhares em verde musgo-Eva Green
que te marcaram
desde que te vi, perco-me no sinuoso
danço para ti como nunca me viste fazer antes.
Danço, danço, danço,
dou-me inteira
aos teus olhos semicerrados da malícia
que só eu te sei provocar
nesse cérebro que adoro,
fervilhante das palavras que me alimentam pelas noites.
Quero-te como nunca, como da primeira vez,
quero-te como anátema, como fome só minha.
Dou-me por inteiro às noites só nossas,
brindo à vida que em mim sinto sempre
que me seguras pelos pulsos e
tornas em suave batalha
a mansidão do teu chão onde ondulo como danço.
E queres e tens; e eu quero e tenho
nestas mãos acriançadas,
navegam os teus cabelos em vagas que retenho,
o teu nome sabe-me a sal,
a fogo, ao vinho que nunca bebo mas desejo contigo,
a noite há-de ser só nossa para sempre.
Só para ti, apesar da multidão,
a loucura do balanço a que entrego toda a que sou.
Ensaio os gestos, os passos, as vozes
a que terás direito quando as doze nos
disserem que já é dia 1...
Esperarei, então, que me despenteies
com a elegância a que me habituaste
- antes da sofreguidão das bocas e dos corpos
em suave luta até que a manhã se faça plena,
ama-me devagar por longo tempo: terás o céu -
homem, senhor, semi-deus,
escravo meu...
[ih ih ih... Ena ena, aposta ganha! :P]
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