15.6.06

(Re)Volta, meu amor...

Denotando nervosismo, suava, embora estivesse a chover. Sob aquela ombreira, uma mão no bolso, outra segurando o guarda-chuva que impedisse os salpicos da oleosa chuva lançada pelos carros, apertava o papel com a verdade nos dedos supostamente livres. No branco, a letra azulada já em laivos de tinta que escorre confirmava um suicídio, depois de tanta luta contra um cancro em anos passados. Ali, a sós, começou a juntar aos cantos da boca a espuma dos furiosos. Custava-lhe engolir a desistência. Quando estivesse perto, havia de esbofetear o cadáver... Anoitecia. Estava só.

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