26.6.06

Isto sim,

isto é uma notícia. E não só / não necessariamente para quem ame a ciência.
(...)
Entretanto, hoje, sem as histerias colectivas que ontem rasgaram cordas vocais, tímpanos e integridades, as cidades repousam. Até as crianças que costumam gritar a plenos pulmões em quase todas as esplanadas de quase todas as ruas e esquinas do país acalmaram. Já não há stôres p'ra chatear e os pais costumam poder exercer a força da mão... No silêncio posso, enfim, corrigir exames sem ter de cobrir o desconchavo total de tanto palavrão ouvido ontem à noite com músicas árabes ao acaso. Provavelmente, a imundície desse mundo ao qual chamam bola-no-pé, é um ópio com o seu quê de utilidade: hoje, até o mais explosivo colega, ex-drogado, louco furioso, manteve uma calma de morte, falando baixo, sendo cortês, esperando a sua vez de falar, rindo sem termos a sensação de que vamos ser inundados de perdigotos ou ser engolidos pelas Fúrias em pessoa...
Quanto ao resto, por mim, o futebol podia morrer amanhã mesmo. Serei eu a única à espera que termine este Carnaval? Durante o Euro 2004, o país quase mergulhou no caos de uma nave sem governo; agora, "os outros europeus" (os não suposta mas realmente de 1ª), retiram a "denominação de origem controlada" ao Vinho do Porto... Aguardo as indignações do costume.
Barcos queimados, oliveiras arrancadas, cortiça banida, têxtil e calçado pelas ruas da amargura, a invasão sistemática de produtos espanhóis e agora... o vinho do Porto...
E anda a nação preocupada com batalhas campais...
Aqui d'El-Rei, que matom o Mestre!... Assim é: same old story...
Anda a nação entregue à canalha... Tudo corre para o rio grande, enquanto a História de amanhã se vai escrevendo hoje. Quem romanceará então os serôdios lusos? Já ouvi numa rádio nacional sobre uma funcionária de condomínio lavando escadas com um resto de bandeira rubriverde... Quem levantará então o balofo, vendido, pançudo "es-plen-door de-e por-tu-gaal"?...Um clube de milionários que pensa com os pés?... A mim, isso não me porá comida na mesa. Nem nada. A ninguém.

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