Ignoro se é facto, mas diz-se, por aí, que estão a morrer - se é que ainda caminham algumas entre nós - as pessoas que, realmente inteligentes e com alma, se prezam de saber, ainda, escrever.
Eu, que acabo de lançar fel sobre um suposto jornal online que envergonha a Língua da sua Pátria, pouco leio, já. Esparsas coisas de amigos, um ou outro livro antes de a "Mátria" ter sido cilindrada pelo prostituído "AO90" (e que asco é, nomeá-lo), livros ditos "antigos", mas semi-datados, segundo parece: pré-"Velho do Restelo"...
Agora, diz-se nos mentideros que um suposto povo - que Pátria habito eu, afinal, se esta me dói? - elegeu (palavra que se associaria a "eleitos", neste caso, um violento contraste) um representante. Um novo bobo, agitando o mesmo riso imbecil dos presidentes dos U.S.A. no vídeo "I pet goat II". Execro-o, pois que disse, algures, termos (pergunto-me quem é esse "nós!) de admitir que, sendo Vera Cruz (não, não o cito) formada por mais milhões, é dela a hegemonia. Segundo convictamente terá afirmado, temos de nos sujeitar ao peso populacional, monetário e... cultural.
Vejam só, há verdadeira cultura em Vera Cruz. O território onde uma Pinacoteca vai chamar-se "Pina". E porque não Bausch, pergunto eu?... O território da escrita arrotada, sem brio desde Machado de Assis. Sem verdadeira literatura de fundo que tem de roubar Pessoa, incluindo-o na sua História da Literatura nacional, um lugar onde a escrita do povo TEM de ser respeitada (um proto-ex-presidente com nome de cefalópode dixit) e é preciso descer ao nível... abaixo do nível.
Vómito. Abaixo disso, fossa, esgoto, cloaca. Será, talvez, de uma tendência da escriba deste blog para o pós-pós-pós-idealismo ou, como sempre confessou, optimismo realista, que sempre soa mais chique. Contudo, não é a valer, não. Dâmaso não diria que este blog é "chique a valer!". Aliás, ele gostava de uma veracruciana, uma suposta Maria Eduarda, cheia de rodagem e com sotaque sovaquento, dengosa e vendida. Coisas que, cem anos que viva, sempre hão-de revolver-me as entranhas. Manias de quem tem um olfacto canino.
Apesar de tudo, há milhões de livros nas bibliotecas que, tirando o ódio aos lepismas, eu poderia habitar como meus, entranhando-me neles, degustando-os, amando os seus sons em voz alta, devagar, como já não se lê hoje. São gostos. Nestes dias, resumo as mudanças que quero ao corte de cabelo mais ou menos curto. De resto, same old, same old.
Paz aos insatisfeitos.
Sempre odiei o Statu Quo.
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