2.10.06

Amor pelos mortos

Li à minha mãe um conto publicado. Ela, depressiva, insegura, hipersensível, amou. Comoveu-se. Chamou-me de novo "Mulher da Renascença". Por ela, sou tudo o que for bom: sou ditosa, Amo-A.
Hoje, vi-me entre dois fogos de sarça ardente que me queimam a retina: dia 1 de Outubro, dia do Idoso (Interessa-me. Muito.); dia 3 de Outubro, Dia da Infância (isto interessa-me ainda mais!)
Prossigo: Dia 1 de Outubro, Dia Mundial da Água, Dia Mundial da Música (viva Santa Cecília!). Que dia existe melhor do que este para recomeços?
A ordem de S. Francisco - assisti a eucaristia em cidade que não frequento muito e saí de alma mais lavada do que entrara - celebrava os 800 anos da epifania que fez o santo proferir a célebre oração. Na igreja, isto constatado: TUDO sinais! Sigo-os, ávida de serenidades.
Pelos factos supra e pelos vossos apelos, decidi reler o mail onde alma-solitária-mulher me escrevia, há mais de três anos que, após tempo "atrás de grades", os meus textos lhe davam coragem para acreditar de novo no ser humano. Em nome dos meus leitores, sem desvios de maior (cresci, creio, adoro, espero e amo), regresso à ternura dos primórdios, com Francisco de Assis por testemunha:
Azimutes, noite já encerrada, frente ao mar embalo nos braços o morno de um gato. Tomo o largo pelos fios de cabelos que a brisa acicata e apontam zénite e nadir. Pés nus, penso no que virão a ser os meus dias. Espero. Como sempre, espero que os meus dedos fluam sobre o piano alfabético onde teclo ficções. Escrever - principalmente porque se tem os melhores 16 leitores - é fidelizar-se à ternura.
Em nome da ternura, eis-me.

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